Adamantina recebeu a visita de um grupo de prefeitos da América Central nesta quinta-feira (20), que vieram conhecer as experiências locais voltadas à agricultura familiar e a segurança alimentar.
O grupo, formado por prefeitos, gestores e técnicos pertence à Comunidade Fronteiriça Trinacional Rio Lempa (Mancomunidad Trinacional Fronteriza Río Lempa), uma entidade de direito público, composta por 25 governos locais de El Salvador, Guatemala e Honduras, foi recepcionado pelo prefeito de Adamantina, Márcio Cardim, e diretor pró-tempore da UniFAI (Centro Universitário de Adamantina), José Luiz Vieira de Oliveira.
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O representante da associação dos municípios, Hector Alonso Aguirre, explica que o objetivo do termo de cooperação técnica é trocar experiências para o aprimoramento das políticas públicas desenvolvidas naqueles países. “Estávamos procurando experiências de sucesso na América Latina em que os prefeitos pudessem, de alguma forma, conhecer, compreender e logo iniciar um processo de aplicação na América Central. Neste contexto, conhecemos através de professores da UniFAI que existem experiências muito adiantadas no Brasil vinculadas a agricultura familiar e ao sistema da segurança alimentar. Achamos que a experiência da UniFAI, uma faculdade municipal, e da Prefeitura de Adamantina com a agricultura familiar muito interessante para nossos prefeitos gerarem uma nova prática na América Central”, explica.
Entre as ações, apresentadas pelo chefe da Casa da Agricultura, Maurício Konrad, estão o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), Pnae (Programa Nacional de Alimentação Alimentar) e PMais (Programa Municipal de Agricultura de Interesse Social). Além disso, as experiências desenvolvidas por meio do associativismo e cooperativismo pela APPRAR (Associação Passiflora dos Produtores Rurais), APLEMAR (Associação dos Produtores de Leite da Região de Adamantina) e CAMFRA (Cooperativa Mista de Agricultura Familiar de Adamantina) foram demonstradas aos gestores internacionais.
“Existem programas, mas são do governo central e não estão articulados com os governos locais. Neste sentido, há um divórcio enorme entre as autoridades nacionais e os municípios. E, o agricultor fica no meio, esquecido e quase que sozinho lutando pela sobrevivência de sua família. Achamos que se juntarmos os centavos, as poucas moedas que temos, os prefeitos, e fizermos um esforço conjunto podemos mudar a história. Aqui no Brasil, a UniFAI e a Prefeitura de Adamantina podem ser uma luz para nós, um caminho. Vocês já caminharam uma rota que podemos seguir, e acredito que teremos êxito através destes convênios que estamos assinando, que são termos de cooperação entre as suas instituições e nossos prefeitos”, destaca Aguirre.
Com graves problemas devido à monocultura, conforme colocado pelos gestores, os municípios da América Central buscam agregar nossas produções a agricultura familiar por meio de políticas públicas desenvolvidas em conjunto. “Uma das ideias é trabalhar a relação entre o produtor agrícola e o mercado local. Neste caso, a intenção é utilizar o orçamento municipal para comprar produtos para a merenda escolar ou para doar para famílias que estão com muitos problemas econômicos e não têm acesso à comida. Este é um dos problemas que, com certa facilidade, podemos agir. Outro é poder trabalhar com a diversificação, achamos fabuloso o que vocês têm ampliado, de oito produtos para 40, hoje o produtor está colocando na mesa do consumidor. Nós, ainda, temos dois e queremos chegar a 10 em cinco anos”, comenta.