Após 10 anos, os objetivos propostos foram aplicados? O que mudou nesta década?
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Acredito que em relação a questões pontuais debatidas no fórum e registradas na Carta de Adamantina, como educação, saúde, desenvolvimento socioeconômico, agricultura e meio ambiente, os objetivos foram alcançados em um momento ou outro durante os últimos 10 anos, mas o objetivo principal que era a união da classe politica, respeitando as divergências naturais e superando a dicotomia entre o bem e o mal, não foi alcançado em nenhum momento.
O que foi preponderante para que os objetivos do Fórum não fossem atendidos nestes 10 anos?
A falta de diálogo e a animosidade cultivada pelos principais grupos políticos da cidade prevaleceram. O unilateralismo apenas reforçou a falta de diálogo. Na Chefia do Executivo local a rivalidade política ficou cada vez mais acirrada, fomentando-se ódio e rancor gratuito nos grupos que se alternaram no poder. A impressão que tenho é que a situação se assemelha aquelas gincanas de escola: o mais importante é a vitória de um grupo sobre o outro. Não se medem as consequências, o que importa é esfregar a vitória na cara do adversário e dizer “o meu grupo é o melhor”.
Quais os itens que mais necessitam de mudanças urgentes?
Os temas debatidos no fórum sempre apresentarão novos desafios. O que realmente falta para Adamantina (e para o Brasil) é pensamento coletivo e não planos pessoais para conquista do poder pelo poder. Estas atitudes de indivíduos e grupos que levantam a bandeira do “Eu sou o que Adamantina precisa” é o que menos necessitamos no momento. Já dizia o dramaturgo Bertolt Brecht “Infeliz a nação que precisa de heróis”.
Após 10 anos, os objetivos propostos foram aplicados? O que mudou nesta década?
Infelizmente bem pouco. O evento conseguiu reunir praticamente todas as cabeças pensantes e autoridades do município. Mas, no dia a dia, essa união é praticamente utópica. Adamantina, como a grande maioria das cidades, é dividida. Grupos e pessoas que se sentem acima do bem, do mal e no direito de julgar esse ou aquele. Quem pode e deve fazer a diferença não o faz. Fica fechado em seus pequenos grupos, apontando defeitos e dividindo ainda mais a sociedade. Poucos falam em união. Quase ninguém se dispõe a olhar o outro como um membro a mais para mudar esta realidade. Há muita hipocrisia, falsos discursos e falsos líderes. Líderes que agem olhando primeiro para o próprio umbigo e para o pequeno grupo a que pertence. Poucos pensam grande. E quando pensam, são barrados.
Pouca coisa mudou nesta década. Há claro um amadurecimento natural político. Boas e más experiências fazem com que a população cresça e amadureça. Vamos ver os resultados das próximas eleições, tanto a de 2018 como a de 2020. Penso que a população vem aprendendo a votar, mas precisa banir de vez os maus políticos, os corruptos e os que nada fazem de concreto. Cabe aos políticos promoverem essa união na sociedade, o que pouco aconteceu nesses últimos 10 anos.
O que foi preponderante para que os objetivos do Fórum não fossem atendidos nestes 10 anos?
A falta de união da sociedade, por culpa de nossos líderes (políticos ou não) que pouco fazem para isso acontecer.
Quais os itens que mais necessitam de mudanças urgentes?
Precisaríamos mudar esta cultura de divisão. No meu ponto de vista, um grande líder tem o dever de promover esta união. Políticos, presidentes de entidades, empresários e o cidadão comum. Teríamos uma sociedade diferente e uma cidade mais progressista se isto fosse realidade.
Após 10 anos, os objetivos propostos foram aplicados? O que mudou nesta década?
Como o Fórum resultou em quase uma centena de propostas/sugestões, seria necessário uma análise minuciosa para determinar quais foram atendidas. Por isso, foi estabelecido que em 2017 um novo evento seria realizado, com resgate de uma capsula do tempo, “plantada” na praça Élio Micheloni, que seria reavaliada.
Algumas propostas foram atendidas, enquanto outras foram totalmente ignoradas. Mas é possível afirmar que os apontamentos do 1º Fórum de Desenvolvimento Socioeconômico de Adamantina foram pouco, ou nunca, utilizados para estabelecer as políticas públicas em cada uma dos setores da administração.
O que foi preponderante para que os objetivos do Fórum não fossem atendidos nestes 10 anos?
A falta de sensibilidade do Poder Público é o principal entrave para a implantação das propostas/sugestões apresentadas. O evento, suprapartidário, reuniu milhares de adamantinenses nos cinco dias de debate – em algumas plenárias até com público se acomodando nos corredores do anfiteatro da Biblioteca Pública Municipal -, e a Carta Aberta de Adamantina deveria ter sido melhor utilizada.
Quais os itens que mais necessitam de mudanças urgentes?
O slogan do 1º Fórum de Desenvolvimento Socioeconômico de Adamantina foi “Adamantina unida, Cidade desenvolvida”. Talvez este seja o principal foco de mudança, pois a comunidade precisa entender que as disputas políticas devem acabar nas urnas e que a cidade precisa de políticas públicas sólidas e sequenciais.
Espero que o evento seja realizado novamente, com reavaliação das propostas apresentadas e elaboração de novo debate para propor soluções para o desenvolvimento de nossa cidade.
Após 10 anos, os objetivos propostos foram aplicados? O que mudou nesta década?
Entendo que importantes objetivos foram atingidos.
Educação: Ampliação do número de atendimento em creches e pré-escolas; ampliação do ensino fundamental para nove anos; enriquecimento curricular; promoção da inclusão digital dos alunos e profissionais da educação, utilizando a informática como ferramenta no processo ensino-aprendizagem; oferecimento da disciplina de inglês para os 4º e 5º anos do Ensino Fundamental; aprimoramento de programas de bolsas de estudo e os projetos de inclusão sócio-educacional da UniFAI; transformação da FAI em Centro Universitário e criação do Curso de Medicina.
Saúde: Ampliação do Programa Saúde da Família; desenvolvimento de ações integradas para a prevenção e combate ao uso de álcool e droga, ações voltadas ao portador do Transtorno do Distúrbio do Déficit de Atenção – TDAH; informatização do sistema de Saúde local e realização de triagem para atendimentos de urgência no Pronto Socorro.
Agricultura: Consolidação da municipalização da agricultura; ampliação dos programas de apoio à agricultura familiar; estímulo à integração entre os órgãos municipais, estaduais e federais, associações e sindicatos, de modo a fortalecer iniciativas voltadas à geração de emprego e renda no campo; apoio às diferentes agroindústrias.
Segurança e trânsito: Municipalização do trânsito; racionalização do fluxo do transito urbano; intensificação de ações de educação para melhorar o comportamento de motoristas e pedestres, principalmente no centro da cidade.
O que foi preponderante para os objetivos do Fórum não fossem atingidos nestes 10 anos?
A “Carta de Adamantina” estabelecia a necessidade da criação de uma Agência Municipal de Desenvolvimento ou uma Secretaria Municipal de Políticas Estratégicas com o objetivo de promover a articulação entre os diversos atores e setores da sociedade: agentes políticos e sociais, instituições, organizações, bem como investimentos e captação de recursos capazes de realizar a implementação das sugestões apresentadas no Fórum, inclusive contemplava a necessidade do fortalecimento de ações políticas de Adamantina junto à AMNAP (Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista).
Às dificuldades naturais para a implantação desses itens somou-se a grave crise que vivemos no Brasil. A drástica redução da arrecadação tem impedido o município de um investimento maior em políticas públicas e, em consequência, dificultado o cumprimento de metas estabelecidas no Fórum.
Quais os itens que mais necessitam de mudanças?
Importantes propostas de políticas públicas, de impacto positivo na vida do cidadão e na cadeia produtiva do município, precisam ser retomadas, dentre as quais podemos citar:
Educação: Agilizar a instalação da FATEC; compatibilizar a educação, a cultura e o esporte aos programas e às metas de seus ministérios, de modo a consolidar políticas municipais voltadas a estes setores; incentivar os talentos artísticos, culturais e esportivos do município, por meio de concursos artísticos e literários, competições esportivas e estímulo à participação em modalidades externas.
Saúde: Instalar um Centro de Referência da Mulher; contratar profissionais especializados em doenças de alta complexidade no Pronto Socorro; envolver a Comissão de Saúde da Câmara Municipal na solução de problemas de saúde; solicitar maior participação da Unimed na Santa Casa e trabalhar articulada e intensamente para a instalação do sonhado hospital universitário.
Meio Ambiente: Elaborar plano municipal de meio ambiente; priorizar o saneamento básico, limpeza pública e gestão dos resíduos sólidos urbanos, de modo a adequar o município ao Programa Estadual Município Verde-Azul; desenvolver ações de educação ambiental, integrar as redes municipal e estadual de ensino aos departamentos acadêmicos da UniFAI, dinamizando projetos que fortaleçam iniciativas nas diferentes ações sugeridas neste eixo.
Comércio: Simplificar as políticas fiscais municipais do comércio e ampliar sua infraestrutura na cidade; editar lei municipal que estabeleça normas específicas às empresas de pequeno porte; ampliar a divulgação das leis que permitem a destinação de parte do Imposto de Renda para associações municipais sem fins lucrativos.
Turismo: Cadastrar os pontos turísticos e instalar infraestrutura mínima naqueles que demonstrem maior potencialidade: incentivar o turismo ecológico e a criação de parques de proteção ambiental; estimular iniciativas de recepção de turistas: hotéis-fazenda, pesque-pague, semana gastronômica, etc.
Agricultura e indústria: criar um plano de desenvolvimento rural do município; estimular a integração do parque produtivo local às iniciativas regionais; celebrar parcerias com os diferentes departamentos acadêmicos da UniFAI, de modo a dinamizar programas que fortaleçam iniciativas nas diferentes atividades aqui sugeridas.
Inovações: Trabalhar para a instalação de um porto seco, ou terminal intermodal, e para a reativação da ferrovia; criar o polo tecnológico de Adamantina e redes produtivas no município.
Cidadania: Desenvolver ações integradas de educação para a cidadania por meio de campanhas na mídia local e regional, visando comportamentos compromissados com o bem comum. As ações integradas devem ser realizadas pela UniFAI, Secretarias Municipais, Diretoria de Ensino de Adamantina, Escolas Técnicas do Centro “Paula Souza”, escolas particulares, igrejas, associações, sindicatos, clubes de serviço e outras entidades agremiativas. Nesse sentido, destaca-se um belo trabalho que vem sendo coordenado pelo padre Rui Rodrigues, Pároco da Matriz de Santo Antônio, através do acompanhamento das atividades dos vereadores nas sessões camarárias, por intermédio dos fiéis e membros de Pastorais.