Adamantina é conservadora, no sentido de conservar, manter as “coisas” do jeito que sempre foram, de uma forma isso deu certa previsibilidade e pretensa “tranquilidade”, mas por outro lado, não abriu espaço para os novos tempos, para que o “novo mundo” adentrasse em seu território. O que por décadas pode ter parecido bom, hoje ilustra a estagnação da cidade.
Em pleno século XXI, carregado de idéias inovadoras, Adamantina vive como há décadas atrás, com uma política voltada para dentro, baseada na antiga e ultrapassada governança provinciana que privilegia grupos em detrimento de visões mais amplas de administração e constituição de políticas públicas. Enfim, urge quebrar estes paradigmas arcaicos e conceber uma cidade baseada na constituição de oportunidades de bons empregos, salários, qualidade de vida e sustentabilidade.
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A contra gosto de alguns grupos que resistem as mudanças, esta bolha tende a estourar, ser implodida de dentro pra fora e, este movimento estará diretamente ligado a UniFai. Adamantina, por muito tempo, “funcionou” como exportadora de “inteligência”, mas passou a acolher e formar parte significativa de jovens da cidade e região que partiriam para estudar em novos centros.
Jovens que buscam/buscarão sua formação universitária em nossa cidade, se formados em um centro de excelência, tenderão a quebrar a inércia e questionar o que está posto a décadas como imutável, pois têm novas idéias, cultura e novas concepções de vida e de mundo que se chocam com o que está estabelecido. Estes profissionais são/serão muito benvindos para renovar os ares “já carregados” que por estas bandas sopram. Espero que sejam participativos, críticos, e que se engajem na busca de soluções para os problemas da cidade e contribuam para a construção de uma Adamantina menos retrógrada, mais “inteligente” e sustentável.
Cabe ressaltar que a UniFai cumprirá seu papel, como formadora de inteligência e propositora de planejamento e ações, se realmente se transformar em um centro universitário, em sua essência, baseado nas premissas: ensino, pesquisa e extensão, com forte atuação cidadã no meio, com o intuito de contribuir, com inteligência e ação, para a resolução dos problemas socioambientais, de saúde pública, socioeconômicos, entre tantos outros vividos em nossa cidade e região.
A UniFai, enquanto centro universitário, precisa assumir o seu papel diante da sociedade, e ser cobrada por todos nós, afinal, a UniFAI é uma autarquia municipal, não um “ente” desassociado de nossa realidade. Os profissionais ligados a ela devem assumir sua responsabilidade cidadã. Portanto, é função desse Centro Universitário problematizar, criticar e propor projetos e ações no que tange os sistemas ambiental, cultural, político, social e econômico de nossa cidade, através de trabalhos de graduação, projetos de pós-graduação, projetos de pesquisa e extensão, de parcerias criadas com a prefeitura e com os diversos setores da sociedade civil.
Quais estímulos e perturbações serão necessários para que professores universitários saiam de sua zona de conforto e assumam seu importante papel perante a sociedade? Precisamos de pesquisadores, mas acima de tudo de orientadores, PHDs na sua essência da palavra, professores que sejam respeitados por sua forma de pensar, orientar, inspirar e agir. Profissionais que contribuam, de forma significativa, para o desenvolvimento sustentável da cidade e região.