Vinho seco ou suave: você sabe a diferença?

Vinhos e suas combinações por Silvio Graboski

Muitas pessoas preferem consumir vinhos suaves, também chamados, popularmente, doces.

É importante saber que os vinhos suaves contêm alto teor de açúcar, e, por isso mesmo, podem não estar fazendo o bem à saúde que as pessoas imaginam.

A diferença entre o vinho suave e o vinho seco está relacionada ao método de elaboração do produto.

Na produção de vinhos secos as uvas são esmagadas e a fermentação ocorre até que as leveduras transformem todo ou quase todo o açúcar das uvas em álcool. Assim, ainda que o vinho contenha açúcar, essa é proveniente da uva, residual do método de produção.

Já na produção dos vinhos suaves as uvas são esmagadas e a fermentação ocorre até que o vinho alcance o nível de doçura desejado pelo produtor. Nesse momento o produtor interrompe a fermentação para fazer com que a levedura pare de transformar o açúcar em álcool.

Entretanto, a forma mais comum de elaborar o vinho suave é adicionar açúcar ao produto. Isso mesmo, quando você toma vinho suave pode estar consumindo um produto com adição artificial de açúcar. Observe no rótulo ou contrarrótulo e você encontrará a informação, certamente em letras pequenas, mas estará lá: “mosto fermentado de uvas e açúcar”.

No Brasil existe uma legislação que classifica os vinhos quanto ao teor de açúcar. É o Decreto nº. 8.198/14, cujo art. 31 dispõe que o vinho seco será assim considerado quando contiver até quatro gramas de glicose por litro. São considerados demi-sec ou meio seco os que contiverem quantidade superior a quatro e até vinte e cinco gramas de glicose por litro. Já os suaves ou doces são aqueles que apresentam quantidade superior a vinte e cinco gramas de glicose por litro até o limite máximo de oitenta gramas.

Entretanto, vinhos doce e suave são diferentes, já que os vinhos doces são produzidos com uvas ‘Vitis vinifera’, próprias para a produção de vinhos, como, por exemplo, a merlot, a malbec, etc., enquanto que os vinhos suaves são produzidos com uvas Vitis labrusca, que são uvas de mesa, como a bordô, herbermont, niagara, etc., que não servem para a produção de vinhos finos.

Ademais nos vinhos doces o teor residual de açúcar é obtido no processo de fermentação natural do vinho, enquanto que nos suaves pode  ocorrer com o acréscimo de açúcar.

Infelizmente não há uma padronização nos rótulos, o que pode provocar dúvidas no consumidor menos avisado, contudo, geralmente, os vinhos suaves com acréscimo de açúcar trazem a informação de que são “vinhos de mesa”,  enquanto que os demais, ainda que sejam classificados como doce, costumam utilizar a expressão “vinho fino”.

Se você é daqueles que não aprecia vinhos secos, comece a substituir o suave pelo demi sec (meio seco) ou pelos secos produzidos com uvas que resultam em vinhos de corpo leve, como aqueles produzidos com a pinot noir, a gamay, ou aqueles de médio corpo, produzidos com a cabernet franc, a merlot, a sangiovese, etc.

Certamente esse tipo de vinho trará os benefícios à saúde que pesquisas de conceituadas instituições científicas mundiais tem comprovado.

Na foto um exemplo de vinho meio seco, italiano, Ricossa, Barbera D’Asti, porém essa informação consta apenas no contrarrótulo.

FONTEPOR SILVIO GRABOSKI
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