A Reforma Política frustrou todos os que esperávamos avanços mais significativos no processo relativo à representatividade eleitoral como reflexo da vontade popular . Ademais não priorizou o voto no candidato, senão no sistema de valorização da legenda. Continua a soma de todos os votos obtidos pela coligação como o determinante para a proclamação dos eleitos.
Por conseguinte, até 2020, quase tudo como antes: Tiririca, Bolsonaro Filho, Celso Russomano e pastores continuarão “puxando” candidatos com votação irrisória. O distrital misto, que objetivava a valorização da representação regional, também foi retirado da proposta inicial.
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E o fundão partidário? Quase dois bilhões de reais! Imoral e injusto, porquanto a maior parte de sua composição, em torno de 70% ( R$ 1,35 bi), sairá das emendas de bancada que, hoje, predominantemente são destinadas à Saúde e à Educação. Pobre país! Verdade que a propaganda partidária foi extinta, todavia o dinheiro economizado também irá para o custeio das campanhas dos candidatos. Qual o benefício para o povo?
Já em 2018, cada deputado federal nos custará, mensalmente, em torno de R$ 200 mil. Um senador, quase R$300 mil.
Sejamos honestos: o fim das coligações partidárias para deputado e vereador significou avanço. Todavia só valerá a partir de 2020, isto é, centenas de deputados, federais e estaduais, serão eleitos, próximo ano, por conta de coligações estabelecidas fisiologicamente. Nenhum compromisso ideológico, programático. Legendas de aluguel…
A cláusula de barreira, estabelecendo que os partidos devam obter minimamente 1,5% em nove estados ( 3% em 2030 ) fará com que muitos nanicos , cuja existência objetiva apenas recursos do fundo partidário, venda do tempo de TV e cargos, também foi pequeno avanço. Dos 35 partidos hoje existentes, ainda ficarão 19 ou 20.
Palavra final, a do meu caro leitor.