Se percorrermos bairros em todos os cantos de Adamantina certamente serão encontrados problemas na maioria deles, que vão desde a situação do asfalto até a falta de limpeza em terrenos baldios.
Porém, recentemente, residenciais considerados novos vem sendo os principais alvos das reclamações por parte população. Com infraestrutura questionável, estes bairros trazem dificuldades aos moradores que, cansados, buscam uma solução junto ao Poder Público.
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Na quarta-feira (29), foi à vez da comunidade do San Miguel reivindicar melhorias. Ruas esburacadas, falta de identificação das vias, inexistência de iluminação no único acesso ao bairro e falta de área de lazer foram algumas das demandas apontadas pelos moradores ao vereador Acácio Rocha (DEM), que realiza “pente fino” nos residenciais novos de Adamantina.
Reclamações
Entre as reclamações da população está a falta de iluminação na única rua de acesso ao bairro – a Santa Catarina, no trecho entre o final do conjunto Mário Covas e início do San Miguel.
Juliano Ferreira Pinto aponta que o problema traz insegurança aos moradores. “Neste pedaço não tem qualquer tipo de iluminação. É um perigo, ainda mais para quem está de moto do período da noite. A rua também sempre apresenta problemas. Se um dia ficar interditada, ficaremos isolados ou teremos que sair pela estrada de terra”, diz, indignado.
Sobre este problema –único acesso ao bairro –, Janaína Ignácio dos Santos relembra que a abertura de outra rua, interligando ao Parque Iguaçu, foi prometida durante a venda dos terrenos. Porém, nada foi feito. “Precisamos desta outra ligação. Temos que dar uma volta para chegar até aqui. Não é apenas comodidade, mas, também, segurança, pois estamos isolados”, disse.
Já Alessandro dos Santos questiona a falta de identificação dos postes, o que dificuldade a distribuição de mercadorias e correspondências. “Há aproximadamente seis meses a Prefeitura iniciou a pintura dos espaços que receberiam os nomes das ruas nos postes, mas até agora nada. Veio, porém parou no meio do serviço. Nem para a operadora Vivo o bairro existe”, pontua.
Para a moradora Tais Herrera Baragão Uranga o problema é falta de área de lazer. Tomado pelo mato e sem manutenção, calçada ou qualquer dispositivo de lazer, o espaço de responsabilidade do Município está abandonado. “Nem a Prefeitura faz a parte dela”.
E, Marco Aurélio Maccagnan, questiona a situação do asfalto. “Mesmo sendo um bairro novo, as ruas estão esburacadas, se percebe a péssima qualidade do asfalto”, comenta.
Vereador se posiciona
Ao receber as reclamações, o vereador Acácio Rocha se comprometeu em buscar respostas para os moradores. “Vejo de maneira muito positiva a cobrança organizada. O encontro com os moradores permitiu levantar problemas do bairro, comuns a todos, e isso, de fato, traduz o cenário de problemas. A partir do que foi levantado vou encaminhar a cada uma das áreas para que as questões reclamadas sejam resolvidas. Há demandas mais complexas e outras menos complexas, e o Poder Público pode se organizar para atendê-las. As questões que exigem mais investimentos, como a abertura de rua ligando o bairro ao Parque Iguaçu precisarão ter uma abordagem mais aprofundada, sobretudo porque, conforme relatado, foi uma colocação dos vendedores dos terrenos, na época, mas que dependem de investimentos e eventualmente até desapropriações e indenizações. Mas tudo será apresentado de maneira também organizada, ao Executivo, para uma devolutiva em soluções e informações aos moradores”, informou.
“Pente fino”
Atualmente, pelo menos três loteamentos são objeto de demanda judicial, por problemas estruturais, em Adamantina: Eldorado 2, cujos empreendedores foram obrigados a remodelar o sistema de drenagem e recapear o bairro; o San José, onde há uma discussão entre Prefeitura e o empreendedor acerca de obrigações das partes; e por fim no Itaipus, que é objeto de uma ação civil pública em andamento pelo Ministério Público local.
“Os vereadores, de uma forma geral, têm atuado nesse tema. Mas eu e o vereador Alcio Ikeda [Podemos] temos nos dedicado a fazer um pente fino nos projetos apresentados pelos loteadores e aprovados pela Prefeitura, antes das obras, e confrontando com as respectivas localidades. Onde houver inconsistência, haverá cobrança, seja à Prefeitura ou ao investidor, e no que couber acionar o Ministério Público, assim será feito. Esse levantamento permitirá também organizar a propositura de um protocolo único que os empreendimentos de loteamentos deverão seguir, para organizar as obrigações e auxiliar o acompanhamento e fiscalização pela própria população, pelos compradores e pelas autoridades, de maneira clara e objetiva. E esse trabalho já surtiu resultado, como as regularizações das galerias pluviais no Califórnia Park. Já percorremos quase a totalidade desses loteamentos, colhendo informações e relatos, para os apontamentos e acompanhamento, onde identificarmos problemas”, relatou.
Questionado sobre o que precisa ser feito para que estes problemas não voltem a ocorrer, o parlamentar é enfático: “Acredito que um protocolo claro, organizando todas as obrigações já existentes ao empreendedor, e definindo outras, será possível uma informação clara acerca das responsabilidades, facilitando a todos o acompanhamento. Defendo também uma postura mais rígida no momento da aprovação dos projetos de loteamentos, pautado por menos concessões e maiores exigências, com a preocupação de não inviabilizar o empreendimento, mas que garanta a implantação de obras de infraestrutura que não se tornem heranças negativas e pesadas para o poder público”, finaliza Acácio Rocha.