Muitas vezes não aproveitados todo o potencial do vinho porque não o servimos na temperatura correta.
A temperatura de serviço influencia diretamente nos aromas e sabores do vinho, de maneira que quando o vinho é servido em temperatura mais alta do que a recomendada a sensação alcoólica será maior e, no caso dos tintos, os taninos, que é aquela sensação que amarra a boca, ficarão mais evidentes. Por outro lado, se for servido mais quente, ele se mostrará menos fresco e as papilas gustativas podem ficar anestesiadas, danificando o paladar.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
É certo que na Europa os vinhos tintos são quase sempre servidos à temperatura ambiente, entretanto, em países tropicais, como o Brasil, essa regra não deve ser aplicada, porque o calor intenso que aqui faz comprometerá o sucesso do vinho.
De maneira geral os espumantes devem ser servidos bem gelados, os brancos em temperaturas médias e os tintos um pouco mais quentes, mas, mesmo entre um mesmo tipo de vinho, como os tintos, a temperatura pode variar, dependendo, por exemplo, do corpo do vinho. Os tintos leves pedem temperaturas mais amenas, enquanto os encorpados, temperaturas mais elevadas.
Os espumantes devem ser servidos em baixas temperaturas, pois o calor provoca a liberação do gás carbônico, ocasionando a diminuição das bolhas e a alteração do sabor. Devido a suas qualidades aromáticas e por apresentar uma acidez mais elevada, a temperatura de serviço para espumantes gira em torno de 8 ºC. Esqueça o congelador, pois a alta temperatura fará a rolha endurecer e dificultará a abertura da garrafa. Se você não tem uma adega climatizada o melhor é resfriar num balde, metade gelo, metade água, por cerca de 30 a 45 minutos, porém, sem mergulhar a rolha.
Os brancos leves, como aqueles produzidos com as uvas Sauvignon Blanc, Pinot Gris, Albariño, Riesling e Gewürztraminer, devem ser servidos a 8ºC, enquanto os mais encorpados, como os Chardonnays, Sémillons e Viogniers, devem ser servidos entre 10 e 12ºC.
Já os tintos pedem temperatura entre 15 e 18ºC, sendo a temperatura mais baixa para os mais frutados e jovens, de taninos leves a médios e a mais alta para os vinhos encorpados, estruturados, concentrados, complexos e evoluídos.
Entre os tintos que devem ser consumidos mais gelados estão os produzidos com as uvas Pinot Noir e Gamay. Já os vinhos de corpo médio, que pedem temperatura de 16/17ºC, são os Merlot, Barbera, Carménère, Cabernet Franc, Sangiovese, dentre outros. Os encorpados, como os Bordeaux, Cabernet Sauvignon, Malbec, Sirah, Tempranillo e Touriga Nacional devem ser servidos a 18º. Claro que essa regra não é absoluta, porque um vinho produzido com a mesma uva, mas para ser consumido jovem, pede temperatura mais baixa que aquele que foi produzido para guarda.
Para servir o vinho na temperatura certa o ideal é ter uma adega climatizada. Todavia, na falta da adega, para gelar uma garrafa de vinho tinto, basta colocá-la na geladeira por cerca de uma hora. Se for um vinho leve, que pede temperatura mais baixa, o tempo poderá ser de até duas horas. Duas a três horas deixarão os brancos próximos do ponto ideal de consumo. Claro que a temperatura não precisa ser exata. Um grau abaixo, ou acima, não comprometerão a qualidade do vinho. Mas para quem quer servir na temperatura exata há termômetros apropriados no mercado.
Deve-se ainda levar em conta a temperatura exterior: quanto mais quente for o dia, o vinho de qualquer tipo deve ser servido mais fresco.
Na hora do aperto, em que for necessário gelar uma garrafa rapidamente, uma boa saída é colocar o vinho em um balde com água, gelo, álcool (para a troca rápida de calor) e sal grosso (para conservação da temperatura). Cinco a dez minutos serão suficientes para resfriar um tinto e dez a vinte minutos para gelar um branco.