Você já notou que nem todas as garrafas de vinho são iguais?
O diferente formato, contudo, não tem uma função específica, sendo resultado de tradições de determinada regiões que ao longo do tempo adotaram certo tipo de garrafa para identificar seus produtos.
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A maioria das garrafas utilizadas atualmente no mundo inteiro foi inspirada nas tradições de duas regiões francesas: Bordeaux e Borgonha.
Bordeaux optou por garrafas com bojo cilíndrico, ombros acentuados e pescoço não muito comprido. São as chamadas garrafas bordalesas, mais compridas e finas e que inspiram a maioria dos vinhos de outras regiões do planeta, ainda que existam pequenas variações.
O outro tipo é originário da Borgonha, as chamadas garrafas bordalesas, com bojo mais largo em um formato quase cônico, com ombros muito delgados. São garrafas mais “gordinhas” e que normalmente embalam vinhos tintos produzidos com a uva Pinot Noir. Os vinhos brancos também usam predominantemente esse tipo de garrafa.
O tamanho padrão atual das garrafas é de 750 ml, contudo podem ser encontrados outros tamanhos, como as de 375 ml (meia garrafa) ou 1, 5 litro, as chamadas garrafas magnun.
Mas por que o tamanho padrão das garrafas é 750 ml e não um litro?
Houve um tempo em que os vinhos de Bordeaux eram comercializados pelos ingleses na própria barrica, quando ainda não eram vendidos em garrafa. Além dos ingleses não utilizarem o mesmo sistema métrico da França, as barricas bordalesas tinham desde aquela época 225 litros, o que resultava em um total de 300 garrafas de 750 ml.
ROLHAS
Tradicionalmente as garrafas de vinho são fechadas com rolha de cortiça, que é um material vegetal proveniente de uma árvore chamada sombreiro, cultivada principalmente em Portugal, Espanha e norte da África. A rolha de cortiça é ideal para fechar as garrafas de vinho porque não tem cheiro e nem sabor e apresenta grande elasticidade, tendo um incrível poder de vedação e grande resistência. Assim, as rolhas de cortiça vedam perfeitamente as garrafas, evitando a entrada de ar que provoca a oxidação e estraga o vinho. Assim, garrafas vedadas com rolha de cortiça conservam o vinho durante muitos anos e até décadas.
A partir dos anos 90 surgiram as rolhas sintéticas, feitas de material termoplástico. Esse tipo de material não altera o sabor e a qualidade do vinho, por isso foram bem aceitas, além de serem mais baratas que as rolhas de cortiça. São indicadas para vinhos frutados, feitos para serem consumidos jovens, não sendo indicadas para vinhos de guarda. Uma pessoa comum pode achar que são de cortiça, mas vai perceber que são mais brancas, compactas e não tem a porosidade da cortiça. Como o material adere ao vidro, esse tipo de rolha dificulta a abertura da garrafa.
Atualmente tem crescido a utilização de tampas de rosca metálica, conhecidas como screwcap. Nova Zelândia e Austrália adotaram esse tipo de tampa, principalmente por serem bem mais baratas que as rolhas de cortiça. Outros países, como Estados Unidos, Chile e outros países também usam esse tipo de tampa em alguns tipos de vinho. Ao contrário do que muitos possam imaginar a utilização de tampas de rosca não significa que o vinho seja de baixa qualidade. Especialistas tem afirmado que a tampa de rosca não interfere na qualidade do vinho, de modo que sua utilização não é um fator negativo.
Entretanto, os consumidores mais românticos resistem a esse tipo de tampa, pois acham que não há nenhum glamour em abrir um vinho com tampa de rosca. Chic mesmo é o ritual de desarrolhar uma garrafa tampada com uma boa e tradicional rolha de cortiça.