A polêmica proposta do vereador Acácio Rocha (DEM) que regulamenta a soltura de fogos de artifícios barulhentos está na pauta da sessão desta segunda-feira (11), para ser apreciada pelos parlamentares de Adamantina. Polêmico, o Projeto de Lei Nº 56/10 divide opiniões devido os impactos que pode trazer, positivos para os animais e pessoas com autismo, por exemplo, e negativos para o comércio local.
O empresário José Rodolfo, um dos possíveis impactados com a proposta, diz que os artigos pirotécnicos representam cerca de 20% das vendas de seu comércio. Segundo ele, a aprovação resultará na demissão de pelo menos três funcionários.
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“Os fogos apresentam um ganho para todos que comercializam este tipo de produto. Ninguém trabalha de graça. No meu caso, como represento boa parte das vendas, resultará em pelo menos três demissões, não tenho como arcar com o prejuízo”, relata.
O empresário ressalta que não foi consultado pelos parlamentares sobre os impactos da possível proibição. Uma audiência pública foi realizada em 13 de fevereiro.
“Não fui consultado. Apenas quem tem cachorro foi sondado. Ninguém veio me consultar, não pelo fato de ter uma loja e vender fogos, mas pelo fato de ter gato. Tinha dois gatos que foram mortos por cachorros de rua, problema no meu ponto de vista mais grave enfrentado em todos os pontos da cidade.
Fogos, como ele diz [Acácio Rocha], causam problemas, porém, em minha opinião, traz muito mais satisfação, já que foram feitos para se comemorar”.
José Rodolfo enfatiza que recebe autorização do Exército brasileiro para comercializar os produtos em Adamantina. “A fábrica não me entrega sem aprovação do Exército. Toda vez que chega mercadoria é acompanhada de uma carta do Exército aprovando a venda pela empresa, devido à idoneidade e o que ela corresponde.
E, os fogos de estampidos também tem seu lado positivo em relação ao meio ambiente. Ao invés de caçar passarinhos, por exemplo, que causam problemas na lavoura ou até em residências, muita gente solta os fogos para espantar estes animais. Não tem apenas pontos negativos”, pontua.
O comerciante questiona se há outros pontos mais preocupantes na cidade. “Será que não deveriam ter outras prioridades? O nobre vereador sabe o que é manter uma loja aberta em uma cidade? Tem impostos e funcionários para pagar? Eles recebem pagamento devido aos impostos do cidadão.
Tudo tem que ser muito bem analisado antes de se propor um projeto. A maioria das lojas de Adamantina é deficitária. Antigamente os comércios eram passados de pais para filhos. Hoje, não há nenhum filho trabalhando neste ramo. Então não está fácil para ficar brincando com as lojas das pessoas desta forma”, finaliza.