A morte do ator Chadwick Boseman, o ilustre “Pantera Negra”, ecoou por todo o mundo e deixou, não somente os fãs de super-heróis, em profundo luto, mas questionando: qual é a grandiosidade que representa essa figura nos dias atuais? A representação negra é limitada e apagada dentro da construção histórica? O racismo estrutural e o genocídio são intensificados dentro da pandemia que assola o mundo?
WHITEWASHING
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Termologia oriunda do inglês que significa “lavagem branca”, ela ocorre principalmente na indústria cinematográfica, cuja a qual possui um impacto que muitas vezes não temos dimensão, porém, também, acontece comumente em escolas, conversas rotineiras, no trabalho e em tantos outros espaços.
Alguns personagens que sofreram, e sofrem, com isso são: Machado de Assis, Cleópatra e, até mesmo, Jesus Cristo!
RACISMO ESTRUTURAL
Não é preciso obter um título acadêmico para a compreensão de nossa história e a análise dos agravantes que ela causa atualmente. O “whitewashing” é apenas a ponta do iceberg que o sistema produz contra a população não-branca.
A Maria Júlia Coutinho foi a primeira mulher negra a apresentar o Jornal Nacional no ano de 2019 desde sua criação, em 1969, após 50 anos.
Na noite de sexta-feira (28) uma Criança, negra, foi baleada na cabeça na Baixada Fluminense, felizmente o quadro se encontra estável.
Os universitários negros sofreram, mais do que os demais, com a chegada da pandemia e o índice de evasão e atraso no pagamento das mensalidades aumentaram dentre eles, informa o Instituto Semesp.
São apenas alguns exemplos dos impactos histórico-sociais que, até hoje, não obtiveram a atenção necessária.
RECORDE DE AUDIÊNCIA
Depois de entender, parcialmente, as implicações que uma pessoa não-branca possui para chegar em algum lugar de prestígio dentro do nosso sistema, é passível de entendimento do porquê o “Pantera Negra” é tão grandioso, não?
Porém, por mais que a maior emissora nacional reproduza esse filme e ganhe um recorde de audiência não significa que corpos negros deixarão de cair nas favelas ou então, deixarão de entrar nos presídios nacionais como resultado da falta de políticas e de enfrentamento ao racismo estrutural, que ainda vivemos.
Com isso, percebe-se que para que nasçam outros “Panteras Negras” os meios precisam mudar radicalmente, a representação politica legislativa dos negros precisa aumentar, o número de estudantes negros, bem como a permanência dos mesmos nos centros acadêmicos e tantas outras vias que podem impactar nessa nação que respira as mazelas deixadas pelo colonialismo todos os dias desde o seu café da manhã!