Nesta terça-feira (20), a Câmara dos Deputados aprovou a urgência de um Projeto de Lei, de autoria do Governo, seguindo a ideologia de Paulo Guedes, que abre vias para a privatização dos Correios. Vale lembrar que o Brasil enfrenta a maior crise sanitária de sua história e, mesmo assim, a prioridade do Governo é propiciar privatizações de serviço estatal. O debate sobre os Correios, que não urgente, é polêmico e nocivo para toda uma classe trabalhadora, faz-se necessário o estudo da Revolução Quaternária, a Uberização e os reais interesses do mercado.
REVOLUÇÃO QUATERNÁRIA
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Percebe-se, explicitamente, as mudanças em nosso cotidiano com a chegada do século XXI, mais precisamente, com a chegada da tecnologia digital. O mundo está mudando sua lógica de mercado, seu interesse continua o mesmo, mas são diferente as formas de executá-lo, se antes o dono de uma grande indústria era quem detinha o posto de bilionário, hoje são os donos de empresas de aplicativo, como a Uber e tantas outras que estão em nossa rotina por meio de propagandas e mensagens em canais midiáticos.
UBERIZAÇÃO DO TRABALHO
O fenômeno recente da Uberização apesar de ter este nome, faz referência a toda rede de aplicativos que geram vínculo empregatício com trabalhadores de todo o mundo. A Uber, iFood, Rappi e tantas outras chegaram no mercado a menos de 10 anos e já fizeram de seus donos bilionários. Paulo Lima, vulgo Galo, um dos trabalhadores de aplicativo e fundador do movimento “Entregadores Antifascistas”, em entrevista a Folha de SP, afirma que os aplicativos não são do ramo do delivery e questiona: “A pizza deixou de chegar na sua casa quando os aplicativos não existiam?”, e sim, estão no ‘negócio’ que gera a exploração.
Convido você, meu caro leitor, a assistir ao filme “Vidas Entregues”, de Renato Prata, disponível no YouTube, assim como a entrevista completa do ‘Galo’ para a Folha de SP, também no YouTube.
CORREIOS
Ainda em sua entrevista, Paulo Lima comenta que se a revolução industrial suprimiu empregos, ou seja, o homem sendo trocado pela máquina, o mercado de ‘aplicativos’ chegou para suprimir direitos e não tardará para o Correios originar mais um ‘aplicativo’. Segundo a socióloga Juliet Schor, o trabalhador de hoje dedica mais tempo ao trabalho do que o camponês medieval do século XIII.
Portanto, providenciar a privatização dos Correios é gerar mais um setor do mercado de aplicativos, sendo assim, ceifando a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e exigindo jornadas de trabalho exaustivas, os próximos donos dos Correios serão os novos ricos e para a população, nós, apenas mais uma classe trabalhadora explorada.