Através de um relato, há mais ou menos 18 anos, estou em um show local do Ira na avenida principal em uma casa de shows famosa. Ele foi no formato ao vivo com os 4 integrantes originais: os fundadores Nasi e Scandurra, Gaspa no baixo e André na bateria. Atualmente o Ira está com o baterista Evaristo Pádua e o baixista Johnny Boy.
Grande curiosidade sobre Scandurra é saber que ele, canhoto, por necessidade (usando a lógica) teve que aprender a tocar com o violão e guitarra ao contrário. Pra quem já tocou violão é como se o cérebro entrasse em tamanha confusão que seus dois hemisférios simplesmente paralisassem, por um tempo, as mãos.
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Ainda sobre o show: pra encerrar os membros do Ira descem do palco e passeiam na plateia. As meninas de seus 17 anos entram em delírio com o guitarrista e seus olhos claros. Será que a luz do show apagou ?
“Lançado há cerca de um ano, o álbum Ira é o primeiro com músicas inéditas em 13 anos. É também o primeiro álbum que traz no título o nome do grupo formado em 1981 na cidade de São Paulo”, segundo o Blog do Mauro Ferreira.
Em “Dias de Luta”, “Só depois de muito tempo fui entender aquele homem/Eu queria ouvir muito mas ele me disse pouco/Quando se sabe ouvir, não precisam muitas palavras/Muito tempo eu levei pra entender que nada sei”.
Luta, hoje, pra mim, é a vida. Igual diz um senhor: “como vai a luta aí ?”. E é falando em idoso que lembro do meu grande avô, meu grande pai: “Eu queria ouvir muito mas ele me disse pouco”. E então comecei a “entender aquele homem”, “que nada sei”. Mas aquele show de 18 anos atrás ainda não acabou: “Se meu filho nem nasceu, eu ainda sou o filho”. “Já não tenho a mesma idade/Envelheço na cidade/Essa vida é jogo rápido/Para mim ou pra você/Mais um ano que se passa/Eu não sei o que fazer”.
Envelhecendo na cidade (ou como diria Kid Abelha: “Na rua, na chuva, na fazenda/ Ou numa casinha de sapê”), a “Juventude se abraça/Faz de tudo pra esquecer/Um feliz aniversário/Para mim ou pra você”.