Se existe um povo que sofre atualmente além dos trabalhadores, são os povos indígenas. Os povos originários voltaram a Brasília para lutar contra o ‘marco temporal’, que limita como terra indígena aquela que foi demarcada antes da Constituição Federal de 1988. Há mais de 6 mil indígenas no Distrito Federal, cerca de 170 povos, marcando a maior manifestação desde a retomada da República. Nesse momento de colisão de conflitos, em que rurais, garimpeiros, latifundiários e grandes empresários estão um lado e, do outro, a massa de povos originários que sobrevivem, a duras penas, nessa terra, é preciso posicionar-se e, acima de tudo, compreender a questão indígena, que exemplifica o abismo que vivemos.
INDÍGENAS EM ADAMANTINA
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Há não muito tempo atrás, uma família de indígenas caingangues estiveram aqui, em Adamantina. Tinham a finalidade de vender objetos produzidos por eles e, pasmem, utilizar tal recurso para suprir o elementar de sua comunidade: a comida. O avanço do sistema capitalista chega aos confins do mundo, se antes os indígenas podiam subsistir da fauna e da flora, hoje são obrigados a render-se ao mercado, fabricar e vender produtos para que, dessa forma, consigam produtos básicos pois, diferentes de nós, não consomem roupas/produtos de grife.
DEVASTAÇÃO AMBIENTAL
A questão ambiental já não se trata de preservação, mas sim, de reparação. O atual sistema produziu-se por meio de mão de obra escrava, furtando recursos das matas e ceifando culturas; hoje não é tão diferente. A mão de obra escrava tornou-se assalariada, ou seja, trabalhadores e, até mesmo aquele povo, que antes eram donos dessa terra, passam a lutar politicamente por sua existência ao lado do proletariado, que volta ao alto nível de miserabilidade.
Ademais, a devastação não é grave tão somente no Brasil ou, então, no atual governo. A devastação ambiental e, além do mais, humana é a lógica do capital. Por que existem quase 1 milhão de pessoas – a maioria jovens e negros – encarceradas no país? Por que o extermínio do pobre não tem fim? Por que as queimadas acontecem frequentemente? Pois, ora, um sistema formado e arquitetado na exploração humana não tem o interesse de modificar as estruturas vigentes, lógico. Isso é papel de uma revolução.
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