A celebração dos fiéis defuntos nos leva a fazer memória de pessoas que conviveram conosco ao longo da vida, pessoas que celebraram conosco o Dom do existir. É muito comum pensarmos que a morte realiza um fim, esquecemos que a fé nos conduz a eternidade. Ao vislumbrarmos a irmã morte, somos movidos pela esperança ao lugar que o Senhor “Preparou para cada um de nós” (Jo,14;3) lugar este que a cada oração aspiramos chamado céu.
Uma expressão muito utilizada pelo nosso Guardião Geral e fundador Frei Francisco Belloti é “Esse nosso irmão não morreu, apenas mudou de endereço”, mas a passagem para este endereço requer um trabalho árduo, uma busca incessante, este endereço nos desloca a fazermos o movimento daquilo que Jesus convida os discípulos, “Passemos agora para outro lado da margem”(Mc 4;35) todavia surge um abismo, um desafio que requer um trabalho incessante para alcançarmos o outro lado da margem.
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A morte não anuncia sua chegada ela chega de forma inesperada, Jesus conta aos discípulos a parábola das virgens prudentes, ele retrata a chegada do Senhor de forma inesperada. Ao longo da vida, o cristão é chamado a fazer amizade com a morte, buscando o caminho da reconciliação, buscando meditar esta hora, como Jesus fez no Getsêmani (Mt26;36) embora fosse amargo, aceitou a vontade do Pai, como também São Francisco de Assis que chamou a morte de irmã e realizou um caminho de reconciliação com sua história e com as criaturas.
Vivemos nesse momento um grande luto, as mortes ocasionada pela pandemia de forma global, assustam a todos e por um momento, todos nós imaginamos que poderia chegar nossa hora, como a parábola das Virgens Prudentes(Mt25;1) nos indica ninguém sabe o momento, diz o famoso poeta alemão William Shakespeare que “Nascemos para morrer” no entanto fomos criados para o céu.
Santo Agostinho bem exclamou em sua poesia, quando disse que “Eu vou para o mundo do Criador enquanto vocês permanecem no mundo das criaturas.” (A morte não é nada) esse olhar sensato sobre as coisas de Deus muito nos ajudará no processo da passagem.
Cristo venceu morte e abriu para nós as portas do paraíso(Lc,23;43) a linda canção de Padre Zezinho nos ensina que “eu não me acostumei nas terras onde andei”, Seja o Ressuscitado o nosso refúgio e que ele nos ajude a chegar no céu.