A demora no agendamento de testes para diagnóstico da covid-19 e o atendimento médico pós sinalização da doença continuam sendo alvos de reclamações em Adamantina. Na busca por realizar o exame, moradores chegam a aguardar uma semana na fila da rede pública de saúde. Isso sem contar o tempo para o resultado, que também exige paciência devido a longa espera, já que a análise é feita em laboratório fora da cidade.
Nesta semana, três casos semelhantes foram relatados ao IMPACTO. O primeiro se refere uma emprega doméstica, que apresentou os primeiros sintomas da covid-19 no último dia 8. Em 10 de fevereiro, ela buscou atendimento no posto de saúde do Conjunto Mário Covas, sendo orientada a procurar atendimento na Central Covid-19. No mesmo dia, o local de referência para positivados e sintomáticos da doença na cidade marcou a realização do teste: nesta sexta-feira (18). Ou seja, oito dias depois da busca pelo atendimento.
Se considerar os novos protocolos de isolamento do Ministério da Saúde, de cinco ou sete dias para quem não estiver com sintomas respiratórios e nem utilizar antitérmicos há pelo menos 24 horas, a trabalhadora já poderia atuar normalmente, o que não ocorre devido a falta de teste e avaliação médica. “Eu sou diarista. Todos esses dias parada fico sem receber”, argumenta.

O mesmo caso ocorreu com um profissional da área de confecção. Também não querendo se identificar, ele relatou que buscou atendimento, mas, devido a demora para realização do exame, marcado para esta sexta, procurou um laboratório particular de Lucélia.
Com o resultado positivo em mãos, o adamantinense foi novamente à Central Covid-19, que agendou no outro dia atendimento médico no posto de saúde de seu bairro. Lá, ele relata que não foi avaliado, recebendo apenas a receita para buscar o medicamento na unidade de referência.
“Quando chega na Central Covid-19, você fica em um canto, esperando atendimento. Aguardei pelo menos duas horas até receber alguma orientação”, disse. “Se o médico não vai te examinar, não precisar ficar andando de lá pra cá. Eu estou positivado, e eles ficam mandando a população de um canto para o outro por nada. E ainda tem remédios em falta no ‘Postão’”, relata, indignado.
O terceiro caso também está com exame marcado para esta sexta. A funcionária pública procurou atendimento na sexta passada com sintomas, que durante a semana foram minimizando. Sem o resultado em mãos, a profissional não pode voltar a exercer suas atividades profissionais.
“Tem muita gente afastado dos trabalhos devido a Prefeitura não fazer o dever de casa que é oferecer o diagnóstico para quem não tem condições de pagar um exame particular”.
OUTRO LADO
Questionada sobre as reclamações, a Secretaria de Saúde informou que devido à grande demanda para solicitação de atendimento na Central Covid-19 os “agendamentos estão com um prazo longo”. “No entanto, para solucionar essa situação, a pasta ampliou esses atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde”, consta na nota.
Sobre os medicamentos, o posicionamento confirma que são entregues aos pacientes apenas na unidade de referência. “No local há o profissional farmacêutico, não sendo possível disponibilizar tal profissional em todas as Unidades Básicas de Saúde”.
A pasta informa ainda que entende ser “de grande importância a avaliação médica, visto que a prioridade é tratar os sintomas do paciente”.