A parábola do Bom Pastor é o modelo para os homens que desejam aprofundar-se no mistério de uma vida mística. Mas, para atingir esse grau, é necessário purificar as vicissitudes presentes na carne, as quais os padres da igreja dos primeiros séculos chamariam de mortificação.
O pastor que não está disposto a mortificar-se por seu rebanho pode ser considerado um lobo em formação, pois todo aquele que não zela pelo rebanho confiado a ele acaba devorando-o.
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O Bom Pastor deixa-se ferir por sua ovelha, mas jamais está disposto a feri-la; aquele que a fere não pode ser chamado de Pastor, ele é um mercenário que aos poucos vai tirando toda a pureza que aquela ovelha tinha.
Há ovelhas que se perdem por não terem encontrado o caminho; outras são perdidas por ouvirem os falsos pastores que, ao invés de conduzir a ovelha aos verdes pastos, a conduzem aos apriscos.
A falta de mortificação é justificada em sua humanidade; todos os tropeços deixam de ser ofensas ao criador e passam a ser erros humanos.
O pastor que não é sincero com sua história jamais será sincero com suas ovelhas; sua doença afeta todo rebanho, levando alguns à devastação total.
A hipocrisia é seu remédio, camuflado na pele bonita de pastor, devastando todos que pode, usando o que deveria atrair o rebanho aos campos para desviar algumas ovelhas para sua própria refeição.
Esse falso pastor destrói histórias que poderiam ser diferentes e derruba ovelhas que já estavam à beira do aprisco. E tudo isso ele faz porque está rodeado de cúmplices que, assim como ele, estão preocupados em esquecer o rebanho e servir-se a si próprios com algumas ovelhas que podem lhes oferecer algo.
Triste é saber que as ovelhas foram enganadas, que na verdade o pastor é um lobo, um grande mercenário, cuja expectativa nunca foi a elevação da ovelha, mas a degustação lenta e a morte interna que ocorre aos poucos.
Certifique-se se o que te rodeia é um pastor ou um lobo revestido.