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Adamantina
sábado, 19 abril, 2025

O resultado da falta de investimento em projetos de infraestrutura aliado às mudanças climáticas

Eng. Daniel Robles | Foto: Divulgação

Não é novidade que as chuvas de verão causam estragos e pontos de alagamento conhecidos (e recorrentes) em Adamantina. Por outro lado, e dentro do contexto das mudanças climáticas, os extremos de chuvas já são percebidos pela população e pelas autoridades, que a cada evento constatam a ocorrência de novos pontos de inundações até então desconhecidos, sem deixar de destacar os impactos sobre os munícipes e o desgaste da Administração Municipal.

O ano de 2023 é marcado pelo chamado efeito ‘El niño’, Este fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical ocorre em decorrência do enfraquecimento dos ventos alísios e costuma acontecer em intervalos de dois a sete anos.

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No Brasil, o efeito causa a seca no norte e chuvas no Sul e Sudeste, onde destacamos a região da Alta Paulista, que é caracterizada por uma rede hidrográfica com as vazões mais elevadas do Estado, além de registrar altos níveis de precipitação que extrapolam em muito o tempo de recorrência que foram considerados nos projetos do sistema de drenagem hoje implantado no Município.

Esse cenário agrava-se com o processo de expansão e o crescimento urbano de Adamantina, marcado por intenso processo de impermeabilização do solo; ausência de manutenção preventiva da drenagem existente, principalmente a falta de intervenções estruturais com projetos de Engenharia eficientes e soluções baseadas na natureza; além da inexistência de um processo de governança da gestão dos riscos e desastres associados a estes eventos hidrológicos.

Com o cenário posto precisamos pensar em duas situações: primeiro o cenário de planejamento para o momento e como absorver os impactos dos estragos e dos possíveis desastres com os temporais atípicos. Neste sentido, o Município carece de incorporar a discussão dos efeitos climáticos na área urbana o chamado PPCV (Plano Preventivo de Chuvas de Verão), uma das ferramentas do referido processo de gestão com objetivo de intensificar ações de prevenção e realizar atendimento emergencial e humanitário a fim de reduzir ameaças à integridade física dos munícipes, aprimorando e formatando a capacidade de resposta marcada por um suporte rápido nas situações de emergência e na promoção ao apoio e assistência eficiente a população afetada recorrentemente com estes extremos de chuvas.

Cabe também ampla divulgação e discussão sobre o problema e quais as responsabilidades dos cidadãos quanto as ações para que a situação não se agrave, além do poder público incluir neste processo a sociedade civil.

E o segundo ponto: a solução do problema, que passa definitivamente pela Engenharia. É preciso a elaboração de projeto urbano que contemple a situação atual e o crescimento do Município a longo prazo.

Neste sentido, as administrações municipais e a sociedade civil, com destaque para as entidades de classe, precisam iniciar diálogo amplo para o caminho que se quer seguir quanto aos desenvolvimentos econômico e social, além do apoio para investimento em projeto que traduza a visão de futuro das lideranças municipais que em tese devem atender os anseios da população e que se tornem uma efetiva ação na execução do amplo projeto de desenvolvimento urbano a longo prazo para o Município.

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