O período de calor e chuvas aliado a circulação de sorotipos 3 e 4 da dengue coloca em alerta todo o país. Até o momento, 21 cidades paulistas já decretaram situação de emergência por causa de doença.
E mesmo com apenas duas confirmações em 2025, com a notificação de 20 casos suspeitos, a Secretaria de Saúde de Adamantina também pontua: “o cenário atual é de alarme”.
A pasta, que registrou 164 casos confirmados por meio de exame laboratorial no ano passado, justifica a situação de alerta. “Apesar de o Município não ter tido um alto número de casos positivos da doença, houve transmissão durante o ano inteiro (2024), e, assim como outras regiões do Estado, a expectativa é que seja um ano de aumento dos casos, podendo sim causar uma epidemia da doença, tendo em vista a sua sazonalidade”, explica.
Em todo o Estado, 7.201 casos prováveis da doença foram registrados na primeira semana epidemiológica, entre 29 de dezembro de 2024 e 4 de janeiro. A quantidade representa aumento de 9,45% em relação ao mesmo período de 2024.

VARIEDADE DE SOROTIPOS
Uma projeção para 2025 seria uma possível queda nos registros da doença para a temporada de calor e chuvas. Essa diminuição seria motivada pelo fato de que, agora, a parcela da população que já foi infectada pelo vírus nos últimos anos teria desenvolvido imunidade à doença. Mas a questão é que a dengue possui quatro sorotipos diferentes, e quando uma pessoa é infectada, o sistema imunológico só “aprende” a combater aquele tipo específico.
No Brasil, são endêmicos os sorotipos 1 e 2, porém, em 2024, os quatro tipos do vírus foram identificados no país. Diversos estados das cinco regiões registraram circulação do sorotipo 3, enquanto o 4 foi detectado em Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. “O risco maior está exatamente nos vírus de baixa circulação, que podem ganhar força na temporada seguinte e encontrar boa parte da população vulnerável”, afirma o gestor médico de Desenvolvimento Clínico do Butantan Eolo Morandi Junior.
AÇÕES EM ADAMANTINA
Neste cenário de alerta, a Secretaria de Saúde de Adamantina intensifica as ações “sempre no intuito de prevenir a doença”. Para isso, o Município, por meio dos profissionais (Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate a Endemias) durante às visitas de rotina, realiza a verificação das moradias e orientações para os cidadãos referente aos criadouros encontrados.
“Para que essa prevenção aconteça de forma mais efetiva, é preciso que haja uma maior conscientização e auxílio de toda a população para evitar o surgimento e eliminar os criadouros do vetor transmissor da dengue (mosquito Aedes aegypti)”, pede, a pasta.