
Os ares de mudança envolvem Salmourão nesta terça-feira (18), quando a cidade completa 66 anos de fundação. Porém, o início desta nova fase, também marcada pelo começo do segundo mandato de Sônia Gabau frente à Prefeitura e de nova legislatura na Câmara, conta com lembranças de quem vive – ou já viveu – no município com pouco mais de 5 mil habitantes.
Uma das memórias mais afetivas é do desembargador do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) Miguel Marques e Silva. Mesmo morando distante cerca de 580 quilômetros do município, o jurista relembra com carinho do local que considera como ‘cidade natal’.

Ele nasceu no ano de 1949, em Rancharia. Um ano depois, mudou-se com a família para o Distrito de Massapé, que na época pertencia a Osvaldo Cruz. Com isso, passou a infância em Salmourão, estudando do primário até o quinto ano, na cidade.
Desta época, o desembargador recorda os momentos felizes, de brincadeiras na rua, jogos de futebol no estádio ‘Benedito Franco de Godoy’ e aventuras na zona rural, como nadar em tanques das fazendas Coroado, Santa Lídia e Bem Te Vi.
E mesmo com a vida simples, já que chegou a morar em “casa de sapé, sem piso, que ficava na avenida próximo ao cemitério e saída para a Fazenda Tamara e Sítio do Betiol”, o olhar inocente da infância tornava cada momento único e vivenciado com alegria. “Salmourão é como se fosse minha ‘cidade natal’. E lá vivenciei a minha infância, a melhor época da vida”, conta.

Também, no período que morou no município, Marques e Silva começou a trabalhar, ajudando os pais em fazendas como a Bandeirantes, próxima ao Rio Aguapeí (Feio). “Cheguei a catar ferros e ossos nas imediações (nos matos) com meus amiguinhos para vender e ajudar em casa”, recorda, emocionado.
E essa época, de boas memórias, é relembrada anualmente, já que faz questão de visitar Salmourão constantemente.
Em 1.962, Marques e Silva mudou-se novamente com a família, desta vez para Tupã, e, dois anos depois, para a Capital paulista. Lá, completou os estudos, formando-se pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), turma de 1977. Ingressou na Magistratura em 1986, nomeado juiz substituto da 7ª Circunscrição Judiciária, com sede em Moji Mirim. Atuou em comarcas como de São Bernardo do Campo, Lorena, Penápolis e na Capital. Em 2005 foi removido ao cargo de juiz substituto em 2º grau. Em 2011 foi promovido a desembargador do TJSP.

“Engraçado que, alguns anos depois de viver como pessoa muito humilde, pobre, em Salmourão, retornei em 1.984 como Promotor de Justiça de Osvaldo Cruz, que compreendia a cidade. Fui Promotor também nessa época em Tupã, Lucélia e Adamantina. E, depois, em Rancharia e Ourinhos. Em 1.987, juiz de Direito de Penápolis e Araçatuba”, conta, sobre sua trajetória na região.
Ele ressalta ainda a participação de Salmourão na construção de sua vida profissional. “Salmourão me ajudou, pois tive um curso primário ótimo, que me preparou para seguir nos estudos com muita bagagem e vontade de progredir”.
Esse carinho com a cidade fez com que Marques e Silva compusesse até uma canção de homenagem, que foi gravada pelo cantor João Viola. Além disso, como presidente do CORI (Conselho de Orientação do Sport Club Corinthians Paulista), o salmouroense de coração levou o time Master do Corinthians para jogar no estádio municipal.
“Admiro muito esse local onde vivi minha infância e adoro o comportamento das pessoas, muitas da minha época. E desejo a Salmourão, e aos seus queridos habitantes, um grande aniversário e muitas felicidades neste novo ano de 2025”, complementa.
