
Depois de cerca de 50 anos sem nenhum contato, a aposentada Olga Nunes de Almeida, de 84 anos, realizou um sonho que para ela parecia inalcançável até então: reencontrar os cincos sobrinhos: Dirce, Divina, Andrelina, Darcisa e Vilson.
E este momento especial, mesmo que neste primeiro momento de forma virtual, ocorreu no sábado (22), na casa da filha dela em Adamantina, a vereadora Marta Almeida, a Martinha do Posto.
Essa história teve início em meados da década de 1970, e é contada pela técnica em enfermagem Martinha. Segundo ela, a sua tia faleceu durante o parto do sétimo filho, deixando seis crianças pequenas. Meses depois, uma nova tragédia familiar: o pai dos sobrinhos de Dona Olga também faleceu.
Como naquela época não havia o cuidado de deixar os órfãos próximos aos familiares, os seis foram levados para a cidade de São Paulo. A vida simples no estado do Paraná aliada à falta de informação fez aumentar a angustia e o desejo de Dona Olga de reencontrar os sobrinhos.
“Desde meus cinco anos, recordo das histórias contadas pela minha mãe sobre os meus primos. Cresci com este desejo de um dia conseguir realizar o sonho dela. Em todas as minhas orações, pedia ao Senhor para que cumprisse o desejo do seu coração e, graças ao bom Deus, será possível”, conta Martinha.

Durante todo este tempo, a vereadora de Adamantina buscava possíveis informações sobre o paradeiro dos primos. “A única informação que tínhamos é que foram enviados para São Paulo e o nome deles”.
Nos últimos dois anos, a busca foi acentuada, fazendo com que Martinha entrasse em mais de 100 grupos de WhatsApp e de Facebook. “Entrei em grupos de diversas cidades em busca de notícias”.
E essa busca terminou no sábado, quando ela encontrou uma mulher com sobrenome parecido com o do pai dos seus primos. “Mandei mensagem, liguei pelo Facebook, fiquei angustiada para ter alguma informação. Foi quando na tarde de sábado, a nora de uma das sobrinhas da minha mãe me respondeu. Sim, eram os parentes que tanto buscávamos”.
Segundo Martinha, a alegria tomou conta de toda a família, de ambos os lados. “Eles também buscavam por informações de familiares, já que eram só eles cinco. Um dos meus primos havia falecido. E eles também buscaram por informações, porém, sem sucesso. Não sabíamos se ríamos ou chorávamos, só gratidão à Deus por realizar este encontro ainda com minha mãe em vida”, diz Martinha, emocionada.
E a emoção ainda toma conta da técnica em enfermagem, que chora de alegria ao relembrar cada busca e o final desta história. “Foi uma situação tão forte, que não sei como expressar. Ao citar os nomes, apelidos, ver que a história se complementava, era uma alegria muito grande”.
Na sequência, Martinha fez uma chamada de vídeo com os primos e os filhos deles juntamente com a sua mãe. “Um dos filhos da minha prima contou que ela perdeu o esposo faz um mês. E, desde então, eles pediam um motivo para ela sorrir novamente. Com o reencontro de sábado, ela voltou a sorrir”.
Agora, Martinha levará a mãe para reencontrar pessoalmente os familiares em São Paulo neste mês de março e, posteriormente, a parte da família que reside no Paraná. “Nunca perdi a esperança, nunca desisti, apenas que cada busca em que a resposta não era positiva, um vazio tomava conta. Mas, graças a providência do bom Deus, podemos nos alegrar”, finaliza Martinha.