Dolcetto e barbera: néctares do Piemonte

Vinhos e suas combinações por Silvio Graboski

Não é a toa que os gregos da Antiguidade denominaram a Itália de Enotria, “terra dos vinhos”. De lá saem vinhos excelentes, quase sempre muito gastronômicos.

Dentre as várias regiões produtoras destaca-se o Piemonte e de lá degustei dois vinhos feitos com uvas regionais tradicionais: a dolcetto e a barbera.

A uva dolcetto é largamente cultivada na Itália e os vinhos produzidos com ela são os mais consumidos no dia a dia dos habitantes do Piemonte. O dolcetto, como o próprio nome diz,  é um vinho adocicado, leve, fresco, com pouca acidez e taninos macios, por isso mesmo muito fácil de beber.  Para quem  não gosta de vinho seco e só toma vinho suave, recomendo experimentar o dolcetto, que apesar de seco é muito leve.

A barbera também produz vinhos leves, porém, mais ácidos, com muita fruta no palato e taninos agradáveis.  Os principais vinhos produzidos com a barbera são provenientes da região da cidade de Alba (Barbera d’Alba) ou de Asti (Barbera d’Asti). A diferença entre eles está no fato de que, normalmente, os vinhos de Asti são mais leves e os de Alba, mais estruturados.

Os vinhos

Escolhi dois vinhos da mesma vinícola: Rocche Costamagna, tradicionalíssima, fundada em 1841. A escolha se deu em função da harmonização com a comida: entrada, caldo de alho poró com cappelletti de carne e pratos principais, rondelli  ao sugo  e sofiatelli quatro queijos.

Como sempre deve acontecer numa degustação, comecei  pelo vinho mais leve, no caso o Dolcetto,  Murrae, 2008, envelhecido por 6 meses em aço e 2 em garrafa, que apresentou notas frutadas, muito macio, taninos leves e retrogosto que lembra amêndoas. Foi muito bem com o caldo e apresentou boa harmonização com as massas. O Dolcetto, por ser um vinho leve, deve ser bebido preferencialmente jovem e o vinho degustado era 2008, talvez por isso tenha perdido um pouco de sua vivacidade.

O segundo vinho da noite, o Annunzziatta, 2009, Barbera D’Alba, assim que foi servido conquistou os comensais.  Mais estruturado, com aromas de frutas frescas e florais, acidez e álcool equilibrado, taninos redondos, apresentou notas de especiarias, sem perder o frescor e a delicadeza. É daqueles vinhos que enche a boca. Foi envelhecido por 12 meses em barris de carvalho e 6 meses na garrafa. Já publiquei sobre esse vinho aqui na coluna dizendo que é o vinho ideal para o almoço de domingo.

Destaque para os lindos rótulos e faixa de preço em torno de R$ 65,00, revelando um ótimo custo/benefício.

FONTEPOR SILVIO GRABOSKI
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