A Itália produz vinhos que são famosos mundialmente. Lá existem várias regiões produtoras, cada qual com suas variedades.
Hoje vamos falar de um vinho do Vêneto que é uma das regiões vinícolas mais importantes da Itália, o Valpolicella. É bem verdade que o Vêneto produz outros vinhos tintos famosos, como o Bardolino, o Soave e o ícone da região, o requintado e potente Amarone. O Valpolicella, entretanto, é uma opção sofisticada e um vinho mais fácil de beber do que o Amarone.
Mas, cuidado! A maioria dos Valpolicellas que encontramos nas gôndolas dos supermercados é de qualidade inferior. Ocorre que no passado o Valpolicella foi produzido em grandes quantidades com objetivo de massificar a marca, o que resultou em vinhos sem caráter, ainda que classificados como DOC (Denominação de Origem Controlada). Esses vinhos ainda estão por ai e por isso, se você quiser degustar um vinho de qualidade, deve procurar Valpolicellas classificados como “Clássicos” ou “Superiores” em seus rótulos, que são vinhos sérios, produzidos com uvas selecionadas, cuja característica é a maciez e o caráter frutado e fresco, com um sedutor toque amargo no final.
Os vinhos “superiores” passam, obrigatoriamente, por um ano em barris de madeira antes de serem engarrafados, fator que garante a delicadeza e a suavidade da bebida.
O exemplar que degustei e escolhi para compartilhar com os leitores é o VALPOLICELLA RIPASSO CLÁSSICO SUPERIORE DOC 2015, produzido pela centenária Vinícola Campagnola.
Elaborado com as variedades das uvas Corvina, Verronesse e Rondinella, obrigatórias na composição do Valpolicella, é produzido pelo método Ripasso, que significa repassar. Nosso vinho, portanto, foi produzido com as mesmas uvas utilizadas na vinificação do Amarone, que é produzido com uvas ressecadas, quase passas (método chamado de apassimento). Depois de utilizadas no Amarone, o mosto das uvas foi adicionado a uvas frescas, resultando num vinho concentrado, complexo, porém, frutado, delicado e sedoso. Depois passou por 12 meses maturando em barris de carvalho esloveno e mais 4 meses em garrafa, antes de ser colocado no mercado. Um vinho com 13,5 de volume de álcool, que suporta guarda por até 10 anos e que harmoniza perfeitamente com carnes grelhadas, risotos e massas com molho de tomate, que foi o caso da minha harmonização: lasanha a bolognesa.
Na boca o vinho entregou incrível sabor de banana passa, cacau e o frescor de frutas vermelhas, com leve e agradável amargor no final.
Para quem gosta de vinho tinto sedoso, aveludado, saboroso e ao mesmo tempo carnudo e complexo, o Valpolicella é uma aposta segura. Na minha opiniã0 um dos melhores para acompanhar uma bela pasta.
Onde comprar:
www.mistral.com.br