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terça-feira, 25 março, 2025

Novos tempos, nova vida, novo normal

Em tempos de pandemia, aos poucos vamos voltando ao normal. Foi um ano de muitas perdas e alguns ganhos. Mas sem dúvida foi um ano de modificações. Mesmo com a chegada da vacina, muito do que ficou estabelecido como “novo normal” se transformará em, simplesmente, normal. Talvez daqui para frente tenhamos menos contato humano no trabalho, na escola, na forma de fazermos compras, já que muitas dessas atividades continuarão, em grande parte, sendo desenvolvidas online. Mas quanto aos encontros físicos com nossos familiares e amigos, esses sim passarão a ser muito mais valorizados. Porque tivemos a experiência – triste experiência – de não poder nos encontrar por um longo período e sentirmos a angustia dessa distância que tanto nos fez sofrer.

Muitos não aguentaram, acabaram partindo. Não pelo vírus. Mas porque não podiam mais suportar a solidão, imposta muitas vezes num momento de final de jornada. Por que os avós e bisavós continuam vivos e bem? Para desfrutar da família. Sem a presença física dela, já não tem porque ir em frente. Melhor abreviar.

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Outros se mantiveram firmes. “Já passamos por tantas… vamos passar por mais essa também”, pensam. E seguem em frente torcendo para que tudo isso acabe e que abraços, beijos e carinhos, possam acontecer sem medo, sem danos.

Nos apegamos, por tantos anos, a rotinas, objetos, ambientes, estilos de comportamento, pessoas. Enquanto nos obrigam a usar máscaras físicas o isolamento e a vida dentro de uma comunidade menor derruba as máscaras invisíveis, que tão bem nos serviram durante anos. Escancaram medos, receios, paixões. Deixa visível aquele lado oculto. Já não dá mais para esconder.

E chega o momento da conscientização. É preciso assumir que tudo realmente mudou. Que obrigatoriamente temos que deixar para trás muito do que fez parte da minha história anterior. Temos que encarar a nova vida com as mudanças que acabam por ser definitivas. Portas se fecham, janelas se abrem. Dói. O novo sempre dói. Mas a dor faz parte do processo. Desapegar é preciso. Ou não conseguiremos chegar inteiros à nova realidade. Que nos espera.

A amiga, psicóloga e consteladora familiar sistêmica Sandra Lila, em entrevista ao nosso canal no Instagram coloca que é preciso encarar essa realidade. É preciso compreender a perda. É um processo. “Temos que honrar, agradecer e nos despedir”. Chorar se preciso for. E normalmente é. O que ficou, ficou. Cumpriu sua função. Seja um local, uma pessoa, um trabalho, um lazer. De repente isso ou esse, já não tem mais objetivo nesse momento. Agora terá utilidade para uma outra pessoa, num outro contexto. E nós, ao seguir em frente, só temos que ser gratos. Desejar que a nova vida seja boa para ambos os lados, porque o importante é não parar. É ir em frente. E tentar fazer sempre o nosso melhor. Afinal, como  dizia Renato Russo “É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã”. Agora, mais do que nunca.

VEJA MAIS

Assista a entrevista de Marcia e Eduardo Fonseca com a psicóloga Sandra Lila no perfil do @liceueducacional no Instagram.

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